quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A Puritana

Cena do filme "Ligações Perigosas" de Milos Forman

Era época de festividades na corte inglesa, os períodos beligerantes haviam cessado e o país vivenciava uma prosperidade invejável.

Duquesa de Lancaster, mulher suntuosa e assertiva, terminava de cuidar das minúcias da tradicional festa de sua família. Todos os detalhes necessitam de uma precisão incorruptível! O imenso palácio abrigava uma infinidade de cômodos, corredores infindáveis e adornos luxuosos. Toda a opulência da aristocracia inglesa parecia estar contida naquele espaço. 

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Movimento

Cena do filme "Corra Lola, Corra" de Tom Tykwer


Corra!
Com todas as forças
Perca-se de vista
Vire poeira na ribanceira
Nem pense no que restou na pista

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

É difícil ficar zangada quando há tanta beleza no mundo

Cena do filme "O Profissional" de Luc Besson

Ela acredita na beleza, na sutileza de uma flor discreta. Ela respira amor e isola a dor para outras avenidas. Não há o que se preocupar, pois a vida é uma brincadeira que insistimos em brutalizar.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Caos no Tribunal

Cena do filme "A Professora de Piano" de Michael Haneke

Eu me sentei na cadeira estofada, observei as fofocas, eram sobre aquele dia, só podiam ser. Não iriam falar sobre futebol, nem criticar o governo pelo seu descaso com a educação. O assunto era um só: eu e ele. Levantei-me e me retirei daquela dissimulação barata, podiam ser bons professores, porém, eram péssimos atores. 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Eu não me importo se vai doer

Cena do filme "Beleza Americana" de Sam Mendes

Somos o mesmo osso que se parte
Somos o mesmo sangue que escorre
Somos a mesma carne que apodrece
Somos essa fagulha de tempo

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Teias

Cena do filme "O Homem Duplicado" de Denis Villeneuve

Lívia se sentia morta, encarcerada há anos naquela rotina, os mesmos movimentos e percursos com horários bem definidos. Acordava às 8h00, acionava o modo soneca do celular para 5 minutos de um repouso ilusório, ou seja, às 8h05 estava de pé e se espreguiçando. Em seguida, encaminhava-se para o banheiro, localizado do lado da cama, onde umedecia a superfície larga do rosto com um sabonete de erva doce para hidratar a pele, que nem era tão ressecada, mas fazia questão de lavá-la três vezes. Ao terminar de enxugá-la, os números digitais do seu relógio de pulso sinalizavam 8h18. Automaticamente, dirigia-se ao seu guarda-roupa, onde residiam as variadas vestimentas que possuía, porém, ela optava sempre pelo mesmo conjunto: camisa social de manga comprida, calça social azul marinho e sapato preto. 

domingo, 21 de junho de 2015

Dissociação

Cena do filme "A Origem" de Christopher Nolan

Eu preciso ir embora

Não sei o que farei
Nem o caminho a seguir
Só sei que preciso ir.

domingo, 7 de junho de 2015

Declaração de Amor Moderno

Cena do filme "Frances Ha" de Noah Baumbach

Pedro, eu não tenho mais certeza se é amor, aliás, essa resolução talvez nunca tenha existido em meu ser. Não posso te garantir que não tentei, embora eu tenha consciência de que poderia ter resistido mais, ter tido maior paciência. Acontece que, talvez, eu tenha perdido a capacidade de amar alguém igual ou mais do que a mim mesma. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mad Max e a Redução da Testosterona em Hollywood

Cena do filme "Mad Max: Estrada da Fúria" de George Miller

O novo "Mad Max: Estrada da Fúria" chegou para quebrar os paradigmas empoeirados do cinema de ação. Aqueles clichês que anestesiam, tamanha suas repetições, previsibilidades e fórmulas esquemáticas. Táticas elaboradas para capturar a massa letárgica. 

Aqui abordo algumas dessas bem-vindas subversões:

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Noite em que o Mundo não Desapareceu

Cena do filme "As Vantagens de Ser Invisível" de Stephen Chbosky

Bebi quatro doses de vodka ou foram cinco? Amigo, mais uma dose de tequila, por gentileza (ainda consigo ser educado). Não há tempo a perder, agora as horas vão acelerar mais ainda, é o que sempre acontece. O álcool distorce totalmente a percepção da realidade, inclusive do tempo. Já são três da manhã, mas tinha acabado de entrar na festa e ainda nem meia-noite era.