terça-feira, 17 de março de 2015

"A Surpreendente Verdade que Nunca te Contaram Sobre Tudo"

Cena do filme "Asas do Desejo" de Wim Wenders

Perspectivas. Minhas esperanças. Felicidade. Mudanças constantes. “Fantoche” do sistema. Palavras paralelas, incompletas, inexpressivas. Coragem. Miragem. Pensamentos ocultos. Medo de viver, conhecer, reconhecer. Impotência. Conformismo. Revolta. Tudo parece tão pequeno. Indiferença. Paciência infinita? Dinheiro, por que é tão importante? Passaporte para a felicidade? E o mundo continua girando.

segunda-feira, 16 de março de 2015

IceMen

Cena do filme "Sob a Pele" de Jonathan Glazer

Tão distante, tão gelado
Nada a declarar
Sentimento nulo
Longe de tudo
Longe de qualquer aproximação
E a carcaça intransponível
Abriga um coração desfigurado
Soterrado na neve
Que envelhece calado.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Disciplina

Cena do filme "Whiplash" de Damien Chazelle 

Hoje, apenas faça
Não desfaça
Não enrole
Desenrole as horas

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Labirinto

Cena do filme "Pi" de Darren Aronofsky

Quando os dias e as noites se fundem em uma massa disforme e a razão se torna uma equação indecifrável, é um sinal de alerta para os enfermeiros.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O AnTi-cLiChÊ - PaRtE III

Cena do filme "Pânico" de Wes Craven

O canto dos pneus, o velocímetro inquieto, o preponderante suor na camisa verde-escura e sem estampas, os semáforos que pareciam intermináveis e, propositalmente, vermelhos. Anibal nunca havia dirigido tão rápido na vida e ofendido tanta gente no trânsito. Os corpos no banco traseiro balançavam e se chocavam entre si quando o Gol percorria as curvas sinuosas do trajeto, era uma bagunça de braços e pernas que acentuava a apreensão de Anibal.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

O Anti-Clichê - Parte II

Cena do filme "Cova Rasa" de Danny Boyle

Era um domingo insosso, pendurado entre a euforia do sábado e a melancolia da segunda. Seria mais um dia esquecível, a não ser por aquele arcaico Gol Quadrado que já despertava olhares curiosos na vizinhança, devido ao percurso repetitivo e a velocidade vagarosa com que se locomovia. Os pneus inquietos refletiam a ansiedade de Anibal. Já havia localizado a formosa residência da Rua 3 de Maio, todavia, antes do reencontro, resolveu vislumbrar as enormes casas do bairro nobre. Bando de burgueses hipócritas!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

O Anti-Clichê - Parte I

Cena do filme "Os Sonhadores" de Bernardo Bertolucci

Sétimo andar de um prédio decrépito, o chão de concreto repleto de buracos, os vidros quebrados, quase não há móveis e os poucos ali, já estão em decomposição. Imaginem o cenário de um filme de terror, um lugar soturno, lúgubre, sem eletricidade, sem qualquer sinal de conforto, um silêncio aterrador, somente cortado por pombos que, ocasionalmente, batem suas asas em direção às janelas destruídas. Há também uma predominante escuridão, amenizada, apenas, por uma luz estridente vindo de uma desgastada câmera de filmagem. 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Quase

Cena do filme "Procura-se Amy" de Kevin Smith

E eu ainda te procuro nos resquícios do passado
Nas marcas de poeira, na casa de madeira
Naquele cenário, hoje, pálido
Procuro-te em outros olhos, corpos
Portos de ilusões, 
Na seca das estações,
E só vejo fantasmas desfigurados.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Orlas do Niilismo

Cena da série "True Detective" de Nic Pizzolatto

Aviso: cuidado para não caírem no abismo, ele possui uma profundidade imensa e, uma vez lá dentro, é quase impossível sair. Aconselho a permanecerem na borda. 

E se perdêssemos o sentido de tudo? E se soubéssemos que nada vale a pena? Por que fazemos o que fazemos? E se todas as dúvidas existenciais fossem apenas um alívio para buscar significado onde não existe nada? Para que acordamos todos os dias? Seria o ser humano um animal pretensioso que, apenas, tenta justificar a sua existência e a sua importância com teorias absurdas? Somos mais relevantes que os pernilongos que matamos? O mundo seria um lugar melhor sem nós? Denominamos sentimentos que já existiam muito antes de nós? Somos um mero acidente? A vida é apenas um sonho com um significado distorcido, com o desejo de ser 'alguém'? Por que o nosso pós-morte seria diferente do pós-morte de um cachorro na rua?

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Vista-me e se conhecerás

Cena do filme "Seven" de David Fincher

Só depois de raspar seus cabelos eu pude sentir aquela superfície aveludada, o crânio dela era tão macio que eu tinha vontade de amassar com um martelo, as suas lágrimas eram tão reluzentes que refletiam o meu gozo. Não vou dizer que eu não sou insano, mas e daí? Sou parte dessa merda que me jogaram, estou, apenas, devolvendo a cortesia.