quinta-feira, 9 de julho de 2015

Teias

Cena do filme "O Homem Duplicado" de Denis Villeneuve

Lívia se sentia morta, encarcerada há anos naquela rotina, os mesmos movimentos e percursos com horários bem definidos. Acordava às 8h00, acionava o modo soneca do celular para 5 minutos de um repouso ilusório, ou seja, às 8h05 estava de pé e se espreguiçando. Em seguida, encaminhava-se para o banheiro, localizado do lado da cama, onde umedecia a superfície larga do rosto com um sabonete de erva doce para hidratar a pele, que nem era tão ressecada, mas fazia questão de lavá-la três vezes. Ao terminar de enxugá-la, os números digitais do seu relógio de pulso sinalizavam 8h18. Automaticamente, dirigia-se ao seu guarda-roupa, onde residiam as variadas vestimentas que possuía, porém, ela optava sempre pelo mesmo conjunto: camisa social de manga comprida, calça social azul marinho e sapato preto. 

domingo, 21 de junho de 2015

Dissociação

Cena do filme "A Origem" de Christopher Nolan

Eu preciso ir embora

Não sei o que farei
Nem o caminho a seguir
Só sei que preciso ir.

domingo, 7 de junho de 2015

Declaração de Amor Moderno

Cena do filme "Frances Ha" de Noah Baumbach

Pedro, eu não tenho mais certeza se é amor, aliás, essa resolução talvez nunca tenha existido em meu ser. Não posso te garantir que não tentei, embora eu tenha consciência de que poderia ter resistido mais, ter tido maior paciência. Acontece que, talvez, eu tenha perdido a capacidade de amar alguém igual ou mais do que a mim mesma. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Mad Max e a Redução da Testosterona em Hollywood

Cena do filme "Mad Max: Estrada da Fúria" de George Miller

O novo "Mad Max: Estrada da Fúria" chegou para quebrar os paradigmas empoeirados do cinema de ação. Aqueles clichês que anestesiam, tamanha suas repetições, previsibilidades e fórmulas esquemáticas. Táticas elaboradas para capturar a massa letárgica. 

Aqui abordo algumas dessas bem-vindas subversões:

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A Noite em que o Mundo não Desapareceu

Cena do filme "As Vantagens de Ser Invisível" de Stephen Chbosky

Bebi quatro doses de vodka ou foram cinco? Amigo, mais uma dose de tequila, por gentileza (ainda consigo ser educado). Não há tempo a perder, agora as horas vão acelerar mais ainda, é o que sempre acontece. O álcool distorce totalmente a percepção da realidade, inclusive do tempo. Já são três da manhã, mas tinha acabado de entrar na festa e ainda nem meia-noite era.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Não Fui Eu!

Cena do filme "Eles Vivem" de John Carpenter

Durante essa breve estadia no "nosso" planeta, desenvolvemos os hábitos extremamente saudáveis da incomunicabilidade e da negação. Nega-se o que não se compreende, omite-se o que é inconveniente. O ser humano é assim, sempre coerente.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Praia de Nudismo

Cena do filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" de Michel Gondry

Ela gosta de andar nua
Com o corpo e o coração expostos
Não importa quem atravessa a rua
Ela encara os rostos.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Reino das Palavras

Cena do filme "Matrix" dos Irmãos Wachowski

Tirem-me daqui, do ócio, do precipício dos ideais, da alienação disfarçada de vida, da caverna dos hipócritas. Escuto sirenes, estão vindo me buscar? Não, mais um engano programado, mais um sinal da minha idiossincrasia perante as pressões da sociedade. Levem-me daqui, mas não me façam voltar a ser eu de novo, não quero o mesmo gosto de sangue, nem o odor dos cemitérios. Venham palavras!!

sábado, 11 de abril de 2015

A Maça

Cena do filme "Noé" de Darren Aronofsky

Quem nunca quis algo proibido? Algo que subvertesse as convenções da sociedade e desafiasse a ordem moral das pessoas.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Olívia & Olívia

Cena do filme "Closer" de Mike Nichols


A gasolina disparou junto com o dólar, a corrupção do governo se alastra pelas retinas populares, a presidente, assim como todos os outros fantoches, vendeu ilusões que, obviamente, fugiam ao seu controle. Impeachment? Intervenção Constitucional Militar? Vamos gritar pelo direito de não reivindicarmos mais nossos direitos? Qual a solução? O que fazer?