Cena do filme "O Segredo dos Seus Olhos" de Juan José Campanella
Recentemente eu assisti a um excepcional filme argentino chamado “O Segredo dos Seus Olhos” e uma frase proferida por um dos personagens do filme me chamou especial atenção. Em determinado momento da película, esse personagem adverte o protagonista Benjamín Esposito (Ricardo Darín), que é um sujeito extremamente obcecado pelas decisões e hipóteses do seu passado, de que se ele prosseguir com sua exploração incessante, remoendo todas as minúcias daquela época, vai acabar tendo “mil passados e nenhum futuro.” Essa afirmação me fez refletir de tal forma que eu decidi visitar, pela enésima vez, o meu passado não tão longínquo e tentar compreender o porquê da minha insatisfatória situação atual no âmbito profissional. Porém, sem criações dispensáveis, suposições infundadas e possibilidades ilusórias de novos passados, pretendo me ater somente ao meu “primeiro” e único passado.
Cá estou novamente nessa encruzilhada, mas, dessa vez, o cerco está se comprimindo e me sufocando de um modo deveras aflitivo, diferente de 6 anos atrás, quando eu parecia mais resoluto, quando os vestibulares eram minha única preocupação e meu futuro estava bem alinhado com as expectativas que eu tinha.