sexta-feira, 30 de março de 2018

Satiríase

Tu não sentes
O que diz
Não tocas
O calor da tua esperança

Tu se desfaz
Em monitores
Que são dores
enfeitadas
Com ilusões

Tu andas em círculos
Enganando tua consciência
Dando controle
À tua ansiedade

Tu tens medo do futuro,
é verdade.
Mas padecer no escuro
é insanidade
E de loucura, já basta
a tua vida dupla.

Tu és um animal civilizado
Ou um civil animalizado?
Talvez, tu sejas apenas uma imagem
De tuas próprias angústias.

Tu desejas todos os corpos
Exceto o teu
Tu se acha infeliz sóbrio
Porém, o teu sofrer é infinito
Quando viras bicho selvagem.

Por Vitor Costa

8 comentários:

  1. Poema lindo e atualíssimo! Quantos não cabem no "tu" a quem a voz poético se dirige...

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  2. Obrigado pelo apoio de sempre, Lari ;-)

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  3. Somos o espelho de nossos próprios sentimentos.

    Adorei o poema!


    Ótima semana,
    http://mylife-rapha.blogspot.com

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  4. Esse poema é visceral! Auto-identificação total!
    Muito obrigada por essa preciosidade.

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    1. Eu que agradeço pelos elogios, Luana. Fico feliz que tenha gostado!

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