sábado, 4 de outubro de 2014

Adeus


Cena do filme "Namorados Para Sempre" de Derek Cianfrance

Era o duelo da madrugada
O sonho do lado de fora
Espreitando o pesadelo

Era o início do beligerante confronto
Entre dois seres que exalavam tristeza
Mas que se apaixonaram no primeiro encontro

Discussões, ofensas, juras desmoronadas
"Eu te odeio,você morreu para mim"
Era o inexorável fim

Duas pequenas vidas 
Dois pequenos sentimentos
Que se despediram sem uma despedida

O coração dilacerado pela realidade
As lágrimas incessantes
Últimos instantes

O ubíquo silêncio
As lembranças pálidas
Espalhadas pela mente, de repente...

Olhos vermelhos, batidas na porta
"Eu te amo, seu amor é o que me mantém viva"
"Então, você já estava, há muito tempo, morta".

20 comentários:

  1. Que melancólico e, por isso, poético... Os versos finais, principalmente, deixaram o poema com um caráter tão pesado, profundo.
    Fiquei um bom tempo refletindo sobre o porque e consegui construir uma cena na minha mente e visualizá-la perfeitamente, e é isso o que se espera de um bom poema... (talvez seja influência do gif e da música - que confesso não conhecia, mas achei linda -, isso trouxe uma intertextualidade enorme, sei lá, combinaram.
    Adorei Vitor, já disse que prefiro te ler em versos né? Sou fã de todas as suas poesias, haha, parabéns!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado querida Carol, essa era minha intenção mesmo, deixar o poema com um caráter bem melancólico e soturno, tal como o filme. Fico feliz que tenha adorado Carol, sua opinião sempre será de extrema importância para mim :-)

      E que bom que gostou da música. Apesar da letra ser esperançosa, eu achei que o ritmo da melodia combinou direitinho com o que eu queria dizer.

      Logo mais, começarei a escrever a segunda parte do conto que você, maravilhosamente, iniciou ;-)

      Beijos

      Excluir
  2. Caraca man, intenso. Senti um desenrolar suave nas suas palavras, mas um choque poderoso nos últimos versos. Ficou ótimo :D

    xoxo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Valeu pelo elogio Washington, significa bastante vindo de um talentoso poeta como você ;-)

      Abraços

      Excluir
  3. Bom dia Vitor.. acho bacana isso.. dá a entender que tu transforma filmes em poesias.. acho muito belo.. poder através do que se vê passar algo que cause impacto..
    não lembro se te falei... mas se puder assista Os agentes do destino, caso não assistiu..
    vai sair uma bela poesia dele.. eu quero abordar o tema ainda.. abraços poeta

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Samuel, pois é, indubitavelmente, os filmes são as minhas grandes inspirações para escrever rs

      Você já me falou desse filme em um dos seus comentários por aqui, eu havia dito que já tinha assisitido e que tinha o considerado uma boa ficção-científica. Concordo contigo, talvez haja uma boa poesia escondida nesse filme, vou tentar encontrá-la rs

      Abração

      Excluir
  4. Final inusitado. Nada melhor do que um susto, do que a ausência, para sentirmos o peso da solidão, nada melhor que falta para sentirmos a necessidade da companhia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito bom o seu comentário Fábio. Você tem total razão, o peso da solidão pode ser mais tortuoso do que se possa imaginar.

      Abração

      Excluir
  5. E é, justamente, o amor que nos mantém vivos. Amor, um sentimento sublime que se subdivide em tantas formas, tantas faces, tantas fases... tantos efeitos.

    Poesia linda. Claro.

    Comentado com carinho, Jeito Único

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é Lari, eu complementaria seu ótimo comentário, dizendo que o amor CORRESPONDIDO é que nos mantém vivos, pois um amor pela metade é um amor alquebrado, fadado ao fim. E quando digo "amor", não me refiro somente ao amor passional, mas também ao maternal, fraternal, paternal, entre amigos(as).

      Muito obrigado pelo elogio :-)

      Beijos

      Excluir
  6. Confesso que prefiro prosa que verso, e acho que vc escreve contos muito bem. Mas também curto seus versos.
    Cara, tive que postar um texto introdutório pro endereço novo, mas o próximo é a continuação do seu. Vou te mandar por e-mail antes, ok

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado Mari, que bom que aprecia os meus versos também ;-) Eu gosto muito de contos, como também de poesias, então fico dividido nesse aspecto rsrs

      Eu li sua continuação, ficou realmente excelente, já coloquei o link no post anterior a esse. Parabéns!! E espero que essa parceria gere mais histórias assim ;-)

      Beijos Mari

      Excluir
  7. Caramba, to sem palavras para esse final. Surpreendente. Triste. Incrível.
    adorei o poema.

    Beijos,
    http://mylife-rapha.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado Rapha. Fico feliz que a poesia tenha te causado tamanho impacto :-) É gratificante.

      Beijos

      Excluir
  8. Te mandei um e-mail com o que escrevi pra fechar nosso conto! Posto assim q vc der um sinal de q está decente rsrs

    ResponderExcluir
  9. Os sentimentos sempre se confrontam. Pena que nem todos conseguem suportar a profundidade. Confundimos nossas responsabilidades ao desejarmos o perfeito, quando não nos é permitido. O conflito sempre surge, imensas nuances humanas são digladiadas. Amar é verso de aprendizado.

    O fim do verso é realmente forte.

    Abraços meu caro!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Adorei seu comentário Alexandre, muito sábio e reflexivo. Aprender a amar talvez seja o maior aprendizado que precisamos ter. Aprender a se colocar no lugar da outra pessoa.

      O fim do verso representa a total desolação dos sonhos vívidos de um casal, outrora, apaixonado. A dor da verdade.

      Abração.

      Excluir
  10. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  11. ..............nossa, fiquei meio sem palavras com esse poema. pena da mulher que bateu na porta. {Emilie Escreve}

    ResponderExcluir