quinta-feira, 4 de setembro de 2014

(500) Dias Sem Ela

O blog está completando um ano esse mês e resolvi republicar um dos primeiros textos que escrevi aqui como uma forma de auto-homenagem preguiçosa rsrs. Agradeço imensamente o apoio das pessoas que continuam me incentivando a escrever e aquelas que comentam e gostam de alguma coisa do que escrevo.



Cena do filme "(500) Dias Com Ela" de Marc Webb


E então foi consumido por um sentimento inoportuno e familiar
Velhos devaneios, lamentações, preso às lembranças vagas de uma utopia
Não sabia como se libertar, como esquecer...
Mas sabia que estava exagerando, que não havia motivo algum para alimentar esperanças,
que não existia reciprocidade, ou nada perto disso

Enquanto todos, inclusive ela, seguiam normalmente com suas vidas,
focando-se na realidade, nas obrigações do cotidiano, absorvidos pelas distrações
Ele permanecia estagnado, sem perspectivas, vazio, envelhecendo irresoluto
Porém, espontaneamente, percebeu que nada disso valia a pena,
que esse sofrimento era irracional,
só estava encobrindo a sua necessidade de amar platonicamente
Como nunca encontrou alguém que pudesse, verdadeiramente, retribuir seus sentimentos,
credenciava a ela, todas as características de sua alma gêmea, tudo o que ele idealizava,
mesmo que para isso fosse necessário distorcer a realidade, ignorar alguns fatos,
atribuir grandes significados a meras coincidências, mitificá-la, torná-la única...
E, assim, constatou resignado que estava apaixonado por alguém que não existia.


Por Vitor Costa

17 comentários:

  1. Vitor, primeiramente quero desejar-lhe parabéns pelo primeiro ano do seu blog... Um ano de escritas maravilhosas, de frases impactantes e poemas admiráveis. Sou suspeita pra falar, pois você foi um dos primeiros a acompanhar meu blog, sempre me incentivando, comentando, e tenha certeza de que isso foi muito importante.

    Estou baixando esse filme, alias você já havia me recomendado e diante de uma poesia tão bonita, seria impossível não desejar vê-lo. Na verdade, minha mãe tinha uma locadora de filmes, na época, em VHS, e andei olhando nos armários de casa e achei a fita desse filme, pois me lembrei que ela tinha dois dele. Pena que meu vídeo cassete está estragado, haha.

    Tenha uma boa noite, parabéns pelas sempre belas poesias!
    Beijão.

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    1. (Só corrigindo que a VHS não é desse filme, é outro, mas o título é parecido, me confundi.)

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  2. Eiiiii! Parabéns man! Não importa a quanto tempo estamos na estrada, se uma pessoa acompanha, gosta e comenta, todo o tempo vale a pena, não? O texto é ótimo, eu não tinha lido ainda (não costume me aprofundar tanto nos históricos), mas enfim, de certa forma é uma descrição do tipo de pessoa que pode se tornar um estorvo na vida alheia, não? Normalmente aqueles romances onde um dos lados começa a basicamente perseguir o outro, tem a base do personagem perseguidor construída sobre esse tipo de ponto de vista. Claro que nem sempre o resultado é o mesmo, mas é assim que começa.

    Ótimo texto :)

    Isso aí.
    xoxoxo

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    1. Valeu Washington :-D, tem toda a razão, isso vale muito a pena! Em relação ao texto, não é exatamente o tipo de descrição que eu gostaria de passar, mas é uma interpretação interessante do texto também, não tinha percebido essa possibilidade.

      Grande Abraço!!

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  3. primeiro: parabéns por um ano de blog! sempre falo por aí, mas vale lembrar: não é todo mundo que persiste. alguns se vão pelo caminho. blogar não é para qualquer um. segundo: sobre o texto...fiquei meio que em dúvida [no começo] de se tratar de um relacionamento fálido. depois, percebi que só era unilateral e platônico....e, no final, a gente percebe que ele nunca existiu.rs. ☛E.E.

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    1. Muito obrigado pelas palavras Emilie, com certeza não é todo mundo que tem paciência e prazer de sustentar um blog, certamente blogs como o seu, motivaram-me bastante a não ter preguiça nesse aspecto rs

      Exatamente, minha intenção ao escrevê-lo era representar um relacionamento unilateral e platônico, como você disse. É a compreensão de alguém de que passar a vida remoendo algo que nem mesmo era real é um desperdício sem tamanho. É uma perda irreparável de tempo.

      Beijos

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  4. Às vezes morremos agarrado às raízes. É difícil conduzir-se quando criamos uma ilusão em um sentimento ainda presente. E se torna espontâneo, praticamente consciente. Mas mal percebemos o mal que nos atinge. Porque no fundo, idealizamos mesmo alguém que não existe mais, bem com o você diz...

    Texto que me trouxe sensações inquietantes, porque se encaixa com o que passei em uma situação antes...

    Abração Vítor!

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    1. Alexandre, suas sapientes palavras complementaram muito bem a ideia principal do texto, no fundo a gente acaba idealizando AQUELA pessoa, mesmo que involuntariamene e mesmo que ela não exista.

      Sempre gratificante quando alguém se identifica com nossas palavras, fico feliz que isso tenha te acontecido com esse texto.

      Grande Abraço.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Muito obrigado querida Carol, esse incentivo é mútuo. Certamente suas palavras de apoio sempre foram importantes para mim. Obrigado mesmo e continue escrevendo também ;-)

    Imaginei que você estava se confundindo assim que disse que encontrou uma versão desse filme em VHS, pois esse filme foi lançado em 2010 rsrs Que outro título seria esse? fiquei curioso rs

    Beijos

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    1. Acho que era algo como "seis dias, sete noites" e não sei porque associei a esse filme, o cérebro humano é doido.
      E a propósito: assisti ao filme! Eu gostei bastante, achei criativo e o contexto que ele aborda sobre as coincidências é bem interessante. Difícil um filme que conta a história de um casal assim e, como é citado no mesmo, não aborda uma "história de amor". O desfecho é inusitado, fiquei surpresa.
      Valeu a indicação!

      Beijos

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    2. "Seis dias, sete noites", esse filme passava direto no SBT quando eu era mais novo haha
      Fico muito feliz que você tenha gostado do filme Carol, espero que ele te marque de alguma forma :-) Eu adoro esse filme, apaixonei-me instantaneamente por ele rsrs Me identifico muito com o Tom, e o roteiro é realmente inusitado, realista, cômico e reflexivo.

      Beijão.

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  7. Tenho dó de comédias romanticas, mas esta é muito boa. Foi o mesmo sentimento. Afinal, sempre passa. Hora ou outra a gente descobre que o outro também é de carne e osso.

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    1. Geralmente comédias românticas seguem uma fórmula clichê e pré-determinada para agradar o público com suas esquemáticas situações: se odeiam, descobrem que se amam, alguém dá alguma mancada, reconciliação, final feliz para sempre rs Felizmente, esse filme foge dessa mesmice e é muito verdadeiro.
      Pois é, descobrir que o outro também é de carne e osso é frustrante :-/
      Abraço e obrigado pela visita.

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  8. Apaixonar-se por uma idealização é das piores paixões do mundo. Tomara que passe ;*
    (ou: tomara que seja só literatura).

    Beijo meu,
    MF.

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    1. Realmente Fernanda, é uma paixão fadada ao sofrimento, nunca se concretizará da forma que imaginamos, pois ela não depende só de nossas percepções e ações. Ah no meu caso, é um sentimento cíclico, às vezes passa, às vezes volta, o meu mal é se apaixonar facilmente e contra a minha vontade.

      Beijos e obrigado pelo comentário.

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  9. Bom querido o que posso dizer sobre seus textos, que para mim são incríveis , cada um tem um sentido e um pouco de você, de como você é por dentro!
    Adoroo todos eles....
    Parabéns, por ter dado a mim e a todos que admiram seus trabalho a oportunidade de poder compartilhar conosco!
    Excelente trabalho!!!
    Manu

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