Cena do filme "Eu, Robô" de Alex Proyas
Todos seguimos um padrão, letras, números, religião
Não acreditamos em nada que criamos, então imitamos
Seguimos exemplos, modelos de vida cientificamente aprovados
Não temos identidade, apenas documentos e consentimentos.
Esperamos por milagres, pelo prêmio da loteria, pelo sorteio no programa
E imitamos o astro da novela, o policial da favela, o jogador de fama
A garota da revista, a cantora narcisista, a princesa apaixonada
Para que, um dia, sejamos notados
Para que a nossa imitação de vida vazia seja finalmente recompensada.
Imitamos sentimentos, pensamentos, ações, omissões
Imitamos o sorriso que vemos na TV, mas a cratera no peito, ninguém vê
Imitamos o mundo e o mundo nos imita
Assim, engatinhamos, entre imitados e imitadores, nesse carma repetitivo
Nessa rua sem saída no vale dos esquecidos.
Vitor Costa
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