terça-feira, 17 de março de 2015

"A Surpreendente Verdade que Nunca te Contaram Sobre Tudo"

Cena do filme "Asas do Desejo" de Wim Wenders

Perspectivas. Minhas esperanças. Felicidade. Mudanças constantes. “Fantoche” do sistema. Palavras paralelas, incompletas, inexpressivas. Coragem. Miragem. Pensamentos ocultos. Medo de viver, conhecer, reconhecer. Impotência. Conformismo. Revolta. Tudo parece tão pequeno. Indiferença. Paciência infinita? Dinheiro, por que é tão importante? Passaporte para a felicidade? E o mundo continua girando.

Juventude. Propósito. Todos têm um propósito? E há tanto o que fazer e tanto para contemplar, tanto faz! Crença em Deus. Fé. Salvação. Minhas esperanças. Mudanças reprimidas. Silêncio. Sou um filho do silêncio. Acordar. Sentir-se vivo, não uma máquina de respirar. Falar, pra que? É tão bom enxergar, sentir, fluir. Momentos de inspiração, motivação, espelhos distorcidos, imagens quebradas. Palavras quebradas. Pensamentos ocultos, repetitivos. Preocupação. Anseios. Competição insensível. Por que trabalhamos? Respostas programadas. Desperdícios. Pressão. Faça sua lição!! Máquinas com coração. Pessoas de metal. Tudo é tão ambíguo. E o mundo continua girando.

Sem final. Imensidão. Pessoas morrendo. Revolta com a televisão. Violência exagerada? Pensar dói, por quê? Tantas perguntas. Incertezas. Ciclo temporal. Viagem pela vida. Retrospectiva. Viagem pela história. Vergonha. Insensatez. Quem inventou a razão? Somos racionais? O que é ser racional? Os “animais” matam seus filhotes? E o mundo continua girando.

Tanto o que viver, aprender. Dúvidas indecifráveis. Sede incontrolável. Sociedade da hipocrisia. Medo de tentar. Amar. Sair da escuridão. Passos largos rumo à resignação. Indignação. Solidão. Quem se importa? Sonhos, utopias. Minhas esperanças. Saudades. Doces lembranças. É hora de acordar. A realidade não espera, exige alma. Breve devaneio incoerente. Lapsos de reflexões “insignificantes", porque o mundo continua girando.
           
Por Vitor Costa


"A surpreendente verdade que nunca te contaram sobre..." foi o tema proposto do Projeto Literário 16on16, ao qual, com imensa satisfação, comecei a fazer parte. O outros participantes são Ariana, Bárbara, Camyli, Fernanda, Ghiovana, Lianne, Lys, Máira, Mari, Nicolle, Thaís, Alexandre

24 comentários:

  1. E o que nos resta fazer é girarmos junto com o mundo, procurando viver cada detalhe, suprindo expectativas, matando saudades, realizando uns sonhos e guardando outros na gaveta. Vivamos o agora.

    Beijo

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    1. Concordo plenamente Ariana!! Obrigado pelo comentário!!

      Beijos

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  2. Ótimo texto.
    Uma reflexão sobre a vida, o cotidiano, as prioridades humanas, a hipocrisia, ...
    Muita coisa num único texto.
    Fantástico!

    Meus blogs literários:
    O Poeta e a Madrugada (Contos e Poesia)
    Dark Dreams Project (Contos de suspense e terror)

    Abraços!

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  3. Bem vindo ao 16on16, como a Ariana falou, as vezes a opção é continuar vivendo até que novas oportunidades de um objetivo maior pipoque e nos faça mudar a linha de raciocínio.

    Beijo, Mái.

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  4. Esse filme, Asas do Desejo de Wim Wenders, é uma das minhas películas favoritas por tudo nela.
    Possui diálogos e questionamentos surpreendentes, reais, tão tão tão humanos.
    Creio eu que, quem assistiu o filme, entenderia bastante as suas palavras sobre " A surpreendente verdade que nunca te contaram sobre tudo."

    Deixarei como resposta, um dizer de um dos seres angélicos da película citada do Wenders:
    "Uma mulher fechou seu guarda-chuva sob a chuva, ficando ensopada. Um estudante descreveu o crescimento de uma planta ao seu professor que ficou surpreso. Uma mulher cega que pegou no relógio, sentindo a minha presença. É fabuloso viver só em espírito, dia a dia, eternamente testemunhar o que é espiritual nas pessoas. Mas as vezes fico farto com a minha existência espiritual e gostaria de deixar de flutuar eternamente nas alturas... Gostaria de sentir meu peso, acabar com a ausência de fronteiras e me unir á terra. Gostaria de cada passo, a cada lufada de vento, ser capaz de dizer: "agora, agora, agora". Não mais "para sempre" e "pela eternidade". Seria bom chegar em casa depois de um longo dia e alimentar o gato, ter uma febre, melar os dedos de preto com o jornal... Se entusiasmar, não só com coisas espirituais, mas com o banal, com uma refeição, com o contorno de um pescoço, com uma orelha...Sentir o sorriso de alguém. Ao andar, sentir os ossos se movimentando. Por fim "achar" ao invés de "saber. Poder dizer "Ah" e "Oh" e "Ei" ao invés de "sim" e "amém".

    Nossa, como eu compreendo essas palavras ditas pelo anjo do filme, que inclusive, se apaixona por uma trapezista e prefere uma vida com Ela, do que uma eternidade sem Ela.
    E ainda tem Nick Cave como trilha sonora, My God.

    Meu Olá.
    =)

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    1. Eu também adoro esse filme Priscila, é uma obra extremamente reflexiva e lírica.

      Esse trecho é de uma beleza sublime, lembra-se dessa fabulosa poesia:

      "Quando a criança era criança,
      andava balançando os braços,
      queria que o riacho fosse um rio,
      que o rio fosse uma torrente
      e que essa poça fosse o mar.

      Quando a criança era criança,

      não sabia que era criança,
      tudo lhe parecia ter alma,
      e todas as almas eram uma.

      Quando a criança era criança,

      não tinha opinião a respeito de nada,
      não tinha nenhum costume,
      sentava-se sempre de pernas cruzadas,
      saía correndo,
      tinha um redemoinho no cabelo
      e não fazia poses na hora da fotografia.

      Quando a criança era uma criança

      era a época destas perguntas:
      Por que eu sou eu e não você?
      Por que estou aqui, e por que não lá?
      Quando foi que o tempo
      começou, e onde é que o espaço termina?
      Um lugar na vida sob o sol não é apenas um sonho?
      Aquilo que eu vejo e ouço e cheiro
      não é só a aparência de um mundo diante de um mundo?
      Existe de fato o Mal e as pessoas
      que são realmente más?
      Como pode ser que eu, que sou eu,
      antes de ser eu mesmo não era eu,
      e que algum dia, eu, que sou eu,
      não serei mais quem eu sou?"

      Um beijo e volte mais :-)

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  5. Vítor, eu admiro muito seus posts sempre repletos de choque na minha alma, impacto.
    Voce é fabuloso!

    Bjoo'o

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    1. Muito obrigado pelo carinho Simone, saiba que a admiração é recíproca!! ;-)

      Beijos

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  6. Este texto acabou de se tornar meu preferido daqui. Isto porque as frases, mesmo que fossem pequenas, me causaram sensações gigantescas, e vi minha vida girando com o mundo no meio de suas palavras — e eu, tonta com o movimento contínuo, só consegui questionar o porquê de tantos "por quê?(s)"...

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    1. Que bom que gostou Lari!! Pois é, dúvidas, dúvidas e mais dúvidas... a vida é uma eterna dúvida e cabe a nós fazermos as perguntas certas.

      Beijos

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  7. Confesso que senti falta de uma ironia afiada em relaçao à obsessão social pelo sexo kkk
    Amei o texto, excelente jogo de palavras. E que projeto é esse? Virão outros textos assim então? <3

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    1. Hahaha seria uma ótima ideia Mari, acabei não pensando nisso, mas faz todo o sentido!
      Obrigado pelo elogio ^^
      Então, é um Projeto, pelo qual fui convidado e que, basicamente, consiste em publicar textos todos os dias 16 do mês, baseando-se em um tema escolhido pelo grupo. Se te interessar participar, me avise, porque não sei se as vagas disponíveis já foram preenchidas.
      Beijos

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  8. PUTA QUE PARIU!!!

    Você resumiu tudo o que eu e uma parcela GIGANTESCA das pessoas pensamos sobre o mundo, Vitor.
    Mas você disse algo, ao menos. A maioria omite.

    Como muitos outros leitores disseram, também achei que foi um dos MELHORES textos que li aqui. Você é foda pra cacete.
    Estou chateada, gostaria de estar sendo mais ativa e presente aqui, ah, minha vida anda tão corrida! :c
    Te ler é sempre um alívio.
    Beijo grande, meus parabéns.
    E ah!!!: seja bem vindo ao projeto. Espero que goste muito e diferentemente de mim, consiga ficar por muito e muito tempo. </3

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    1. Carol, primeiramente obrigado pelas palavras, você não faz ideia como fico contente de ler isso :-D

      Segundo, por que me abandonaste? rsrs Estou brincando, imagino a correria que está passando, mas, assim que ficar mais sossegada, tente voltar para o Projeto e não fique tão ausente, seus textos são vitais para mim.

      Beijão!

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  9. Que excelente texto, Vitor.. Uma originalíssima reflexão existencial, repleta de aterradores dúvidas que também assombram a maioria das pessoas..
    Muito bom!!

    Um abraço

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    1. Obrigado Vane, fico muito feliz que tenha apreciado!! ;-)

      Abraços

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  10. Bem vindo ao Projeto! E que estréia, hein! Adorei o texto, bem reflexivo. Me lembrou bastante minha professora de filosofia e suas perguntas. Rs. Muito bom!! :)

    Beijos!

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    1. Obrigado Lianne, agradeço a oportunidade de participar junto com pessoas talentosas, como vocês ^^

      Adoro Filosofia, acho que deu para perceber pelo texto rsrs

      Beijos!!

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  11. Oi Vitor! Bem-vindo ao projeto *-*
    Que escolhas de palavras, heim meu caro? Sensacional! Adorei a forma como você distribuiu sua alma em palavras.
    O seu texto me fez sentir normal, porque a vida é assim enquanto nos questionamos, enquanto levantamos nossas próprias dúvidas e tentamos compreender que atitudes devemos tomar o mundo não para pra assistir ou para nos ajudar, ele continua girando e cabe a nós acompanhar... Que sejamos felizes durante este processo!

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    1. Olá Thaís, muito obrigado pelos elogios e por seu comentário bastante lúcido! Disse tudo: "O mundo continua girando e cabe a nós acompanhar." Essa é a parte mais difícil rsrs

      Beijos e volte mais ;-)

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  12. Originalíssimo Vitor! Poderia ficar "falando" e o mundo girando e as coisas acontecendo, acontecendo, acontecendo... É a dinâmica da vida, a grande máquina social,o ritual dos padrões, dos cifrões, coisa e tal... E por ai vai.

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    1. Obrigado grande Fábio!! Concordo plenamente, nada do que fizermos ou deixarmos de fazer vai impedir a "grande máquina social". A vida é assim, ou nos adaptamos para viver ou vivemos para nos adaptar. Não há muito o que fazer.
      Abraços

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