Cena do filme "A Origem" de Christopher Nolan
Não sei o que farei
Nem o caminho a seguir
Só sei que preciso ir.
Deixo algumas lembranças na esquina
E levo outras para me torturar
Você vai acordar e, ao certo, lamentar
A minha ausência repentina.
Sinto o desmoronamento
O momento se partindo
Nossa história ruindo
E o amanhecer do pensamento.
Você era a cura
Para minha decadência
Mas, também, a loucura
da minha (in)consciência.
Na dúvida da sua existência
Preciso abraçar a coerência
Porém, devo dizer
Antes de partir
Que a ilusão de te sentir
Foi o melhor sentimento
Que já tive.
Por Vitor Costa
É possível perceber/receber os sentimentos (e mesma a loucura) do eu-lírico de um jeito muito legal...! A melhor parte: ora eu interpretei seus versos como se referindo a um personagem que, para o protagonista, de fato existiu, ora entendi tudo como fruto de uma obsessão pela ilusão proporcionada por devaneios e sonhos. Falando em sonhos: "A Origem" é um filme sensacional! Um dos melhores aos quais assisti ultimamente...
ResponderExcluirMuito interessante a sua interpretação Lari, essa ambiguidade foi proposital mesmo, sempre gosto de tirar o leitor da zona de conforto.
ExcluirEu também gosto do filme, embora eu acredite que o universo dos sonhos seja tão factível assim como o filme mostra, dentro da sua proposta ele é muito bem estruturado e repleto de cenas memoráveis.
Beijos!
O título do poema levou-me as aulas de química: dissociação das moléculas, uma tornando-se duas. Leva-me também aos filósofos antigos, dizendo que Deus, ao criar o mundo o escravizou. Já Cristo, no cristianismo, que mudou a forma de se olhar para muitas questões da vida, diz que ao criar esse mundo, Deus o libertou.
ResponderExcluirFico com aquela famosa frase do “Aceitar todas as coisas é um exercício, mas compreender todas as coisas é um frenesi.” Sim, porque aceitar (apesar de ser um exercício diário de humildade diante da coisas sem sentido ou explicação) é muito melhor (e dá paz) do que viver tentando compreender tudo... tentando achar resposta e explicação pra tudo.
O filme citado em fotografia é uma imagem que vai bem a calhar com o poema, já que a película conta a vida de dois seres que acabaram unidos porque um preferiu encarar uma "viagem virtual" como realidade e o outro porque se sentiu culpado por ter "criado" este mundo.
Em todo caso, que na vida, possamos cantar algo bastante condizente da trilha sonora da película citada: Non, Je Ne Regrette Rien
Meu Olá
=)
Sempre instigantes e ricas as suas interpretações Priscila. Você sempre demonstra muito conhecimento cultural e filosófico. E a relação que criou entre o filme e o texto foi brilhante.
ExcluirMuito bonita e verdadeira essa canção né
Beijos
Nesse mundo frio, concreto, de coisas estáveis, lineares, muito iguais, definitivas... Uma ilusão sacode a poeira dos dias iguais. Embora passageira, nem sempre reais, mas estamos sempre apostando. Não da pra racionalizar a emoção, se vive ou não. Abraços.
ResponderExcluirMuito sapiente o seu comentário Fábio. Concordo plenamente, embora saibamos da vulnerabilidade das ilusões, estamos sempre apostando em algo mais, em sonhos que nos proporcionam esperança na vida. Isso é sentimento puro.
ExcluirAbraços!
Ir embora, as vezes, é a melhor decisão que podemos tomar.
ResponderExcluirLindo texto.
bjo
Obrigado Ariana, concordo contigo!
ExcluirBeijos.
ao menos é um adeus que parece ter dado tempo de despedida. Difícil são aquelas silenciosas :(
ResponderExcluirbeijo
beinghellz.blogspot.com
Pois é Hellz, essas machucam demais.
ExcluirBeijos
Tenho te lido há algum tempo, não só aqui no blog, mas no face, e tô te reconhecendo diferente, mas ao mesmo tempo igual.
ResponderExcluirTeus escritos estão voltando a ser sobre amor platônico, não correspondido, mal vivido, triste.
Desculpa o egoísmo, mas quanto mais tristes, mais geniais as tuas rimas, frases, metáforas, enfim, teus textos, ficam. Você é foda.
Obrigado Carol!!! Sempre é um alento enorme ler seus comentários!!! Acho que você me definiu bem: "tô te reconhecendo diferente, mas ao mesmo tempo igual."
ExcluirÀs vezes bate um sentimento inoportuno de um romantismo que já não me envolve como antes.
Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá amg,
ResponderExcluirPoxa, faz uns dias que não passo aqui rs curto muito ler suas palavras. A Origem ornou bem com todo o texto, ao menos da maneira que eu interpretei a necessidade da (des)construção. Ainda tento entender se de fato é um adeus à um ser físico ou um devaneio.
Passe bem, man LOL
Obrigado Washington, fico feliz que tenha apreciado o texto.
ExcluirA Origem foi o filme que logo me veio à cabeça enquanto pensava na poesia rs
Abração!
Que delírio profundo, por favor, não diga-me que essas palavras são destinadas a alguém, pois em certos momentos senti as palavras tão jogadas ao íntimo, que pareceu mesmo um delírio.
ResponderExcluirPode ser que sim e pode ser que não rsrs
ExcluirDe qualquer forma, agradeço muito a sua visita ;-)
Vitor e suas palavras profundas.
ResponderExcluirMuito obrigado Chris!
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