quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Além da Terra

Cena do filme "Interestelar" de Christopher Nolan

Somos tão diminutos e insignificantes
Seres microscópicos em um recipiente transparente
Ciosos de nossa sabedoria convincente
Mas, acima de nós, há um silêncio angustiante
E indiferente.

Não sinto o chão de pedras
Meus olhos fitam o céu e além
O véu anil, as formas brancas
Que moldam a imensidão que me convém.

Tenho acrofobia
Todavia, voar era o que eu queria
E explorar o teto infindável
Onde os olhos sangrariam de prazer
E temeriam o desconhecido
Muito além das nossas utopias
"No rastro dos astros, na magnólia das nebulosas"
Nos atalhos esparsos, na superfície dos cometas
Além, muito além dos solitários planetas
E das definições do tempo.

O espaço morto que encobre a vida
Tão vasto, tão casto
Imaculado, absoluto
Guarda os segredos da existência
E as minhas inquietas dúvidas.

Se soubéssemos o tamanho da nossa pequenez
A dimensão da nossa ignorância
Desejaríamos, ao menos uma vez,
Ser aquelas privilegiadas estrelas
Que enxergam todo o universo
Em apenas um verso.

Por Vitor Costa

10 comentários:

  1. Depois desse poema (lindo) concluí que não sou só eu que admiro a lua - e toda a infinidade que há no céu - não é? Haha
    Hoje eu tenho a noção do quão pequenos somos perto do gigante universo que nos assombra... diria até que somos anões! É muito louco tentar pensar, entender sobre essa parte do mundo.
    Ótimo poema, como sempre, Vitor!!! Obs: tô doida pra ver esse filme.

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    1. Pois é Carol, ao escrever esse poema, fiquei um tempão observando o céu da minha janela, imaginando o que há por trás dele, eu viajo às vezes haha Mas, acredito que é uma prática importante, de vez em quando, fitar o céu e contemplar tudo o que está acima de nós, é prazeroso e, ao mesmo, assustador pensar na nossa finitude, na nossa impotência perante a vastidão do universo desconhecido.
      Assista sim Carol, é um filme que vale a pena ser visto. Beijos

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  2. Venho até aqui para sair saciada de tantos versos celestiais, energia cósmica transbordando para além das vírgulas e pontos finais...

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    1. Adorei seu comentário Hellen, ele fez o poema valer a pena!! ;-)

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  3. Belo poema, Vitor.. Fez uma contemplação tão sutil e poética da beleza dos astros, e do grandioso universo que se estende para muito além de nossos olhos.. realmente, somos tão pequenos diante desta imensidão!

    Um grande abraço

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    1. Obrigado pelas palavras Vane, sempre tão gentil e com observações pontuais, sempre bom recebê-la por aqui :-)

      O universo me intriga, imagina observar o planeta ao longe, imerso na escuridão do universo... fico arrepiado só de pensar haha Beijos

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  4. Muito bom dia Vitor..
    somos sim pequenos em tamanho mas grandes em espírito.. este é antigo.. já passou muitas lições..
    já fomos sim muito ignorantes do verbo ignorar.. ignorar o conhecimento.. hj estamos em solo maravilhoso, somos sementes de outras galáxias.. afinal aquele que acredita que só tem uma vida não sabe o que diz..
    adoro tudo relacionado a mundo intraterreno..
    adoro ler a obra mensageiros do amanhecer que foi canalizada por uma médium diretamente do povo que vive nas pleiades.. foi este livro que me fez acordar..
    quanto as rimas.. são trabalhosas.. eu vejo rima em tudo que leio rsrs
    pois nada que tenho feito até hj é em rimas e olha que se publicasse hj uma nova antologia ela teria mais de mil e sem páginas toda assim. quando fizer me mande que vejo a vc.. eu pelo menos acho bacana.. abraços garoto

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    1. Que bom que gostou Samuel, muito obrigado pela visita e pelo ótimo comentário ^^
      Vou te mandar sim ;-)
      Abraços

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  5. Gostei tanto desse poema que tô passando aqui pra ler pela quarta vez, talvez quinta, décima quem sabe.

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    1. Fico muito feliz que tenha gostado tanto assim Carol, isso não tem preço ;-)

      Beijos e té mais querida.

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