Cena do filme "Ela" de Spike Jonze
Eu amava a ideia que eu tinha do amor, não amava a realidade, tão cética.
Eu amava imaginar você nos meus braços, do meu lado, na minha cama, e eu poderia desabafar o mundo, esquecer-me dos meus pensamentos insidiosos.
Eu amava uma concepção, uma hipótese, quem me dera que a minha quimera fosse minha vida.
Eu amava a mim mesmo quando estava apaixonado.
Eu amava cada insignificante detalhe do meu cotidiano sorumbático e, mesmo que fosse um alívio programado, eu não me importava com o marasmo.
Era uma sensação lépida, um espasmo metafísico que transcendia a própria vida, era assim quando eu te amava, quando os meus olhos se fechavam e se cruzavam com os seus.
E mesmo você sendo uma utopia, eu atribui um sentido para a minha existência quando idealizava esse amor, nada arrancará isso do meu cerne, nem a desilusão da realidade e nem a ludibriação da aparência.
Eu amava a esperança de que o falso se tornasse verdadeiro, mesmo sendo falso por inteiro, absolutamente falso.
Meus sentimentos eram reais ou artificiais?
Vitor Costa
Lindo Vitor! Um dos meus favoritos....
ResponderExcluirManu....
Obrigado Manu!! Fico feliz de saber isso :-D
ExcluirBeijos