Acordo
Olhos no celular
Notificações pelo
ar
Pincelando
As (pa)redes
sociais
Notícias
redundantes
Regurgitadas em
forma de novidade
Nada realmente
relevante
Para questionar a
vontade
De ser autômato
Após o desafogo intempestivo
Prevalecem as
distrações
Doses cavalares de
dopamina
Para fingir estar
vivo
Perpetuando a sina
De humano
corrosivo
Durante o tédio
das ocupações
Um devaneio de um
mundo irreal
Ah se pudéssemos
viver de alienação e poesia
Como seres plenamente
livres
Que se nutrem de
criatividade
Porém somos
prisioneiros das obrigações
Do corpo e do meio
Não há alegorias
Para amenizar a
água fria
A louça na pia
Não há literária
beleza
Nas roupas sujas
Amontoadas sobre a
mesa
É preciso salário
Para preencher o
armário
Nem o mais
sofisticado verso
Pode consertar o
adverso
O pneu furado
A conta atrasada
O alimento
estragado
A tomada queimada
A poeira acumulada
Muito menos
Celestiais rimas
Podem curar
cefaleias
Apenas uma bela ideia
Não é capaz de
desobstruir
Uma artéria
entupida
No mundo moderno
O poeta se desbota
Torna-se um
estranho dentro de si
Quando percebe
Que a realidade
E só o que existe
Mesmo assim ele
insiste
Sem entender o
motivo
Do seu coração
conotativo
Antes de adormecer
Mais uma espiada
na vida alheia
Nas telas
iluminadas
Vidas transitam
pelas mesmas teias
Enquanto mais um
poema
(Re)nasce
Apesar do
ceticismo do sistema.
Por Vitor Costa
goruntulu show
ResponderExcluirücretli
QQ3İ
Parabéns! Amei!
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