15/06/2020
Nesse ínfimo espaço de tempo
Nessa fagulha instantânea
Blinde-se, blinde-se
Das explosões, das poluições, do tédio, do vazio, do desejo, do viril
Do que lhe parte a alma
Em cacos invisíveis
Porém afiados
Nesse conjunto líquido de horas, minutos e segundos
que evaporam a cada respiração
Blinde-se, blinde-se
da ilusória sofreguidão
Canalize energia
Para a sua evolução
Silencie o ego faminto e
o irracional medo do "nunca mais"
Por isso já não peço cordialmente, mas imploro ajoelhado
Blinde-se, blinde-se
Não pela vida inteira ou
pela eternidade passageira
Mas apenas por esses dias
céleres, lépidos, breves, súbitos, líquidos, límpidos, cíclicos
Apenas por esse parco recorte temporal de toda uma vida humana
Apenas por uma SEMANA
E depois?
Só há um modo de saber.
Eu adorei o poema, especialmente essa imagem da eternidade como algo passageiro!
ResponderExcluirBlindemo-nos, Vitor.
Um abraço,
Larissa
As moscas na janela ♥
Obrigado, Lari! Que ótimo vê-la por aqui! Um abraço enorme e um excelente ano pra ti e sua família!
ExcluirAdorei as imagens, o ritmo e a cadência, a simetria... muito, muito bom ;-)
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