sexta-feira, 29 de agosto de 2014

A Carta Perdida

Cena do filme "As Pontes de Madison" de Clint Eastwood


     “Hey C., como vai? Primeiramente, quero te avisar que as palavras que virão a seguir não são típicas de nossas conversas pela internet. Elas são resultado de anos de silêncio, receio e medo, mas, finalmente, puderam se libertar e chegar ao seu destino.

      C., eu gostaria que você soubesse que, apesar de todo esse tempo sem te ver, não houve um dia em que eu não pensei em você. A cada dia, semana, mês, ano eu me lamentava profundamente por não ter tido coragem de dizer o que sempre quis expressar logo que te conheci, naquele longínquo ano de 2008. Eu sei que pode parecer loucura, petulância, atrevimento, seja o que for, ainda mais considerando todo esse tempo e tudo o que cada um viveu desde o ingresso na universidade. Entretanto, eu não estava suportando mais viver com todo esse sentimento reprimido.

      Não raramente, eu tentava me convencer que seria insano e utópico sustentar esperanças e, às vezes, eu conseguia seguir em frente, ir às festas, conhecer novas pessoas. Mas, aquela sensação de vazio persistia em me atormentar, sensação de que eu não estava sendo sincero e nem justo comigo. Sei que pode parecer exagero da minha parte, mas, depois que te conheci, nenhuma moça me encantou tanto quanto você. Ninguém me fascinou tanto. 

      Tanto tempo se passou que meras palavras nunca serão o suficiente para expressar, plenamente, o que eu ainda sinto por você. Talvez eu esteja romantizando demais, talvez eu esteja delirando, porém, eu precisava que você soubesse, precisava que você, pelo menos, notasse os meus verdadeiros sentimentos por você. E que, depois de tanto tempo, eles não desapareceram ou perderam força, pelo contrário, só se tornaram mais intensos e indomáveis.

     Quero que você saiba que, apesar de não possuir um ínfimo da sua beleza estonteante, estou disposto, incessantemente, a torná-la a pessoa mais feliz do mundo, a respeitá-la e a amá-la incondicionalmente. Amá-la como ninguém jamais amou.”



Por Vitor Costa

19 comentários:

  1. Olá Victor
    Seu texto é belo e profundo, e me fez refletir que há pessoas que marcam nossas vidas de tal forma que dificilmente as esqueceremos.. E, realmente, tais pessoas são insubstituíveis.

    Creio que ninguém cruza nosso caminho por acaso. Certamente este sentimento que você descreve no texto, que já perdura por tantos anos, é significativo e verdadeiro.

    Tenho um excelente fim de semana!
    Bjs

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    1. Pois é Vane, há pessoas que, às vezes, sem querer, marcam nossas vidas.

      O tempo pode até passar indiferente, mas algum resquício desse sentimento ainda permanece em mim.

      Beijo e obrigado pelas palavras.

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  2. Vitor, que lindo!
    Isso que eu chamo de declaração de amor, sinceramente.
    Existem pessoas que nos marcam muito e que por mais que tentemos, nunca conseguimos esquecer. Elas persistem, dentro de nós, e vivem em cada detalhe que está presente no dia a dia. Mas isso, por um lado, é bom. Lembranças e pessoas importantes nos marcam e deixam lições tão bonitas quanto a própria vida.
    Gostei do desabafo! Parabéns pelo texto tão sincero, carregado de sentimentos.
    Fique bem, uma ótima semana.
    Beijos.

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    1. Obrigado pelo amável comentário querida Carol.

      Esse desabafo, na verdade, não foi recentemente que fiz, mas ele ainda mexe comigo.

      Beijos

      Beijos

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  3. Que declaração extraordinária! Incrível. Parabéns. Excelente!
    abraço afetuoso e cheia esperança.
    dentrodabolh.blogspot.com

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    1. Muito obrigado pelo elogio, fico muito feliz de ler isso.

      Certamente essa declaração foi muito sincera.

      Abraços

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  4. Ah,Carol disse tudo. Texto muito bonito Victor e musica combinou direitinho. Gostei demais!

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    1. Obrigado Fábio, eu coloquei essa música, porque, na época, foi ela que me recomendou e sempre quando toca, eu me lembro dela.

      Grande Abraço

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  5. Palavras têm tanto poder... Escondem, revelam, magoam, contentam, emocionam, ensinam, divertem, retratam. Palavras que foram guardadas por tantos anos, que não foram ditas, quando são escritas trazem consigo uma carga emocional muito grande... Junto com isso, tiram-nos o peso da consciência, o "entalo" da garganta. Então, uma vez que as joguemos ao vento, só podemos esperar o efeito que causarão nos outros...

    Em mim, suas palavras causaram admiração. Parabéns pela carta incrível!

    Comentado com carinho, Jeito Único

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Adorei o seu comentário Lari, você tem total razão, essas palavras empoeiradas carregam uma carga sentimental imensa da minha parte. Que bom que elas te despertaram essa admiração, fico muito feliz.

      Beijos e obrigado pelo comentário.

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  6. Romantizar não é problema, não mesmo - é a única coisa que ainda dá graça à vida. rs
    E me diga uma coisa: C. RESPONDEU?

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    1. Concordo com você Mari, não me arrependo nem um pouco de ter idealizado, romantizado essa minha situação rs

      Então, na verdade, eu desenterrei essa texto, eu o escrevi há uns 2 ou 3 anos, quando eu ainda falava com ela constantemente pela internet, após cada um ter seguido seu caminho. Porém, no dia em que ia entregar para ela, ela me disse, toda entusiasmada, que estava namorando e que estava muito feliz...eu fiquei arrasado e resolvi me esquecer dela. Recentemente, eu encontrei essa carta perdida no meu computador e me trouxe boas lembranças, bons tempos.

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    2. Você tinha que ter escrito esse final ESCLARECEDOR no fim do post.Triste, mas verdadeiro. Quando você ia enviar, ela te disse, super feliz, que estava namorando. Meu amigo, como isso é a cara da vida!

      E respondendo ao seu comentário no meu blog: "eu sou bem Lester - essa é a questão. Como falei no texto, não tento fingir - e isso atrai reprovação alheia - as vezes acabo sendo "one twisted fuck" sob os olhares dos outros. Rs
      Adorei seu comentário, que bom que gostou do texto!"

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    3. Pois é Mari, também acho que deveria ter deixado claro o final frustrante dessa carta, mas preferi deixar o final aberto para vocês imaginarem o desfecho. Essa realmente é a "cara da vida" como você disse, nada da mocinha ler a carta de amor, perceber que também era apaixonada pelo mocinho e largar tudo para ficar com ele, eu queria tanto esse clichê dos filmes românticos.

      Eu vi a sua resposta lá Mari, gostei muito dela. Você deve ser bem autêntica e sincera, isso é bom e ruim ao mesmo tempo rsrs Mas, com certeza, pessoas assim são muito mais interessantes.

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  7. Espero que ela responda com o mesmo romance com qual você escreveu. Lindo.

    http://www.novaperspectiva.com/

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    1. Obrigado pelo comentário Gabi, mas, infelizmente, ela nunca soube da existência desse texto e, provavelmente, nunca saberá, já que ela está namorando e está, aparentemente, feliz.

      Beijos

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Sentimentos...
    Simplesmente apaixonante...
    Você deviria lançar um Livro!
    Manu

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